Quando eu era criança e brincava de mamãe e filhinha nem imaginava que hoje iria ser pega novamente com essa idéia de ser mãe. Ontem me peguei calculando os anos e a possibilidade de gerar um ser. Hoje tenho uma pessoa do meu lado que adora criança, que pensa em ficar junto comigo e constituir família, mas antes disso ainda tem muita água pra rolar!
São anos que precisam passar para algumas realizações se concretizarem. Tenho sonhos, porém, torná-los reais depende, antes de tudo, de estabilidade financeira o que requer realização profissional! É tudo junto, uma coisa depende da outra, então contei, dividi e planejei, mais ou menos na minha cabeça. Vão passar os 30, os 35... E quando vi, surpresa! O filho já estava lá para casa dos 50... Onde anda meu instinto materno?
Escrava de anti concepcionais, camisinhas, tabelinhas... Faço tudo para que nada fuja ao meu controle. Será que eu sou tão egoísta? Vivo me programando para viver tudo que sonhei, antes que venha um filho e me atrapalhe. Ou eu sou insegura e tenho medo de falhar, de não saber cuidar de um ser que vai depender tanto de mim, ou então medo de não ter o tempo e disponibilidade que sempre me foram devotados?
Quero ser mãe, mas tenho receio de não conseguir ser tão amiga como minha mãe, tão forte como a Sayo, tão independente como a Nega, ou tão cult como a Ananda. Quero ser parceira como a Paula, divertida como a Débora. Quero que meu filho tenha referências maravilhosas como as que eu sempre tive. Quero ser disponível como a tia Karla, e dedicada como a Irene foi. Sabe aquelas mães que fazem tudo, mas tudo mesmo por sua prole? Quero ser assim, esse pacote que misture todas as mães maravilhosas que eu conheço!